A dor em animais de produção é um sinal de alerta que compromete o bem-estar, afeta o desempenho zootécnico e exige atenção imediata no manejo
A dor em animais de produção, como bovinos, suínos e aves, é uma manifestação muitas vezes subestimada, mas que tem impactos diretos no bem-estar animal, na produtividade e na qualidade de produtos como carne, leite e ovos. Reconhecer e tratar adequadamente a dor nesses animais não é apenas uma exigência ética e legal, mas também uma prática essencial para manter a saúde do rebanho e garantir o desempenho zootécnico desejado.
O estresse causado pela dor pode comprometer funções fisiológicas importantes, reduzir o consumo de alimento, enfraquecer o sistema imunológico e aumentar a taxa de morbidade e mortalidade. Além das implicações sanitárias, a dor não tratada influencia negativamente indicadores econômicos da produção animal. Isso porque, ao comprometer o conforto dos animais, esses fatores também prejudicam a conversão alimentar, a taxa de crescimento e a eficiência reprodutiva.
Portanto, compreender as possíveis origens da dor e adotar estratégias de prevenção, diagnóstico e manejo eficaz é fundamental para garantir sistemas de produção mais sustentáveis e responsáveis.
Qual é a escala de dor em animais de produção?
A avaliação da dor em animais de produção é um desafio, já que eles não conseguem expressá-la verbalmente. Por isso, pesquisadores e veterinários utilizam escalas de dor baseadas em comportamentos, expressões faciais e sinais fisiológicos, adaptadas para cada espécie.
Não existe uma única “escala universal” válida para todas as espécies de produção, mas sim métodos específicos desenvolvidos para bovinos, suínos, aves e outros animais. Entre os principais tipos de escalas utilizados, estão:
Escala de expressão facial (grimace scale)
Inspirada em modelos utilizados com animais de laboratório, essa escala analisa alterações na face como:
- Tensão nas orelhas;
- Olhos semicerrados;
- Contração dos músculos faciais.
Já existem versões adaptadas para bovinos (Cow Grimace Scale), suínos (Piglet Grimace Scale) e outros animais.
Escala comportamental
Observa mudanças no comportamento natural do animal, como:
- Redução da atividade ou apatia;
- Relutância em se mover;
- Vocalização excessiva (especialmente em suínos);
- Agressividade ou isolamento do grupo.
Escala fisiológica
Avalia parâmetros como:
- Frequência cardíaca e respiratória;
- Temperatura corporal;
- Níveis de cortisol (indicador de estresse).
Escalas compostas ou multidimensionais
Combinam dados comportamentais e fisiológicos, oferecendo uma visão mais completa. Em bovinos, por exemplo, existem ferramentas que associam claudicação, alterações posturais e sinais fisiológicos para graduar a dor em casos de doenças podais.
O que pode causar dor em animais de produção?
A dor em animais de produção pode ter múltiplas origens, muitas vezes relacionadas ao ambiente, ao manejo, à saúde e à nutrição. Identificar e tratar essas causas é essencial para garantir o bem-estar dos animais e manter a produtividade da propriedade.
Entenda as causas mais comuns:
Doenças e infecções
Diversas doenças infecciosas ou inflamatórias podem causar significativa dor em animais de produção. Em bovinos, por exemplo, a mastite é uma das principais causas de dor, afetando diretamente a produção de leite e o bem-estar da vaca. Em suínos, infecções articulares e respiratórias são comuns, especialmente em ambientes com falhas sanitárias. Já nas aves, enfermidades como pododermatite (lesões nos pés) e infecções sistêmicas também provocam dor e queda no desempenho.
Procedimentos cirúrgicos e manejo
Procedimentos como castração, descorna, corte de bico (em aves) e marcação a fogo são tradicionalmente realizados em sistemas de produção e, quando feitos sem analgesia ou cuidados adequados, provocam dor aguda e estresse. Além disso, práticas de manejo como transporte, separação da mãe, superlotação e mudanças bruscas no ambiente também podem causar dor física e sofrimento emocional.
Problemas nutricionais
Deficiências nutricionais podem gerar dor de forma indireta, causando distúrbios metabólicos, fraqueza óssea, distensão abdominal ou cólicas. Em bovinos, a acidose ruminal é um exemplo de condição dolorosa relacionada à alimentação inadequada. Em aves, deficiências de cálcio e fósforo podem levar a deformações ósseas e fraturas. Suínos mal nutridos também apresentam maior incidência de úlceras gástricas, que são extremamente dolorosas.
Lesões e traumas
Animais em ambientes com instalações mal planejadas, pisos escorregadios ou objetos pontiagudos estão mais sujeitos a lesões traumáticas. Escoriações, fraturas, contusões e feridas são causas comuns de dor em animais de produção e, se não tratadas, podem evoluir para infecções.
Dor em animais de produção: sintomas mais comuns
Identificar a dor em animais de produção é uma tarefa que exige atenção a mudanças sutis no comportamento, na postura e na fisiologia. Como esses animais não expressam dor da mesma forma que os humanos, os sinais costumam ser indiretos e variam entre as espécies. A detecção precoce é essencial para prevenir o agravamento de doenças, melhorar a resposta aos tratamentos e garantir o bem-estar animal.
Entre os sintomas mais comuns de dor em bovinos, suínos e aves estão:
- Claudicação ou dificuldade para se locomover;
- Postura anormal;
- Redução no consumo de alimento e água;
- Isolamento do grupo;
- Agressividade ou apatia;
- Vocalizações fora do normal — em suínos e aves, sons agudos ou frequentes podem sinalizar sofrimento;
- Respiração acelerada e aumento da frequência cardíaca;
- Expressão facial alterada, com pálpebras semicerradas, tensão nas orelhas ou focinho contraído.
O monitoramento frequente e criterioso desses sinais é uma ferramenta poderosa na identificação da dor em animais de produção, permitindo intervenções mais rápidas e eficazes.
Como identificar e tratar a dor em animais de produção?
A identificação da dor em animais de produção exige observação cuidadosa, conhecimento técnico e sensibilidade por parte dos profissionais envolvidos no manejo. A dor raramente se manifesta de forma isolada, e costuma vir acompanhada de alterações no comportamento, na postura e em parâmetros fisiológicos.
O reconhecimento precoce deste sintoma, portanto, depende da familiaridade com o comportamento normal da espécie e do uso de ferramentas apropriadas, como as escalas de dor, além de monitoramento de consumo alimentar e observação de sinais clínicos.
O tratamento da dor em animais de produção deve ser sempre individualizado e baseado na causa identificada. Em casos de dor aguda, como cirurgias ou traumas, o uso de analgésicos é essencial. Anti-inflamatórios não esteroidais, como meloxicam e flunixin, são amplamente utilizados em bovinos e suínos, enquanto anestésicos locais podem ser aplicados durante procedimentos como castração e descorna.
Em dores crônicas ou associadas a infecções, o tratamento também deve incluir a resolução da causa subjacente, como antibióticos ou correção de manejo. Além do uso de medicamentos, o conforto ambiental — como cama seca, acesso à água e alimentação adequada — é um componente indispensável para a recuperação do animal.
Todos esses cuidados e tratamentos devem ser sempre orientados por um médico veterinário.
Como aliviar as dores nos animais de produção?
O alívio da dor em animais de produção deve ser uma prática constante nas rotinas de manejo, não apenas por questões de bem-estar, mas também pelos impactos diretos na produtividade e na sanidade do rebanho. Como foi explicado, o tratamento da dor pode incluir o uso de medicamentos sistêmicos, como anti-inflamatórios e analgésicos, mas também o uso de produtos tópicos, que são eficazes em casos localizados, menos invasivos e fáceis de aplicar.
Uma opção prática e segura é a pomada para dor Balsamex®, desenvolvida pela Chemitec para uso em diferentes espécies animais. O produto tem ação anti-inflamatória, analgésica e rubefaciente, sendo indicado para o alívio de dores musculares, articulares, contusões, distensões, torções e outros traumas externos.
Por ser de uso tópico, o Balsamex® permite aplicação direta na área afetada, promovendo rápida absorção e alívio local, sem causar estresse adicional ao animal. A apresentação da Pomada para Dor Balsamex® é em bisnagas de 30 e 100 gramas, de acordo com quantidade necessária ao produtor.
Fontes: